sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Equipe de transição vê necessidade de cortes

O coordenador da equipe de transição do futuro governo, Obery Rodrigues Júnior, afirmou ontem que a governadora eleita, Rosalba Ciarlini, precisará adotar uma receita de cortes de despesas quando assumir o governo em janeiro: diminuir gastos com a redução do número de cargos comissionados. “Não tem outra alternativa”, disse.  Ele acrescentou que os levantamentos feitos com base nas informações passadas pela equipe de transição do governador Iberê Ferreira (PSB) apontam para um quadro de dificuldade. A situação mais problemática diz respeito à folha de pessoal. O coordenador disse que na folha do mês de novembro teve um impacto de novas contratações e reajustes. “É um impacto grande na folha”, comentou.
Aldair DantasObery Rodrigues aponta crescimento dos gastos com folhaObery Rodrigues aponta crescimento dos gastos com folha
De acordo com Obery ainda não é possível atestar o valor do “rombo” a ser deixado pelo governo Iberê embora este deva superar R$ 1,2 bilhão. Somente na pasta da Saúde, de acordo com informações do também membro da equipe, deputado Paulo Davim, já supera R$ 100 milhões. “Todas as informações apontam para um quadro de extremo desequilíbrio fiscal”, disse.

Uma coletiva para a próxima semana – terça ou quarta-feira – deve ser agendada pela assessoria da governadora eleita para que o grupo apresente uma prévia com os números relacionados à dívida a ser herdada do atual governo.

A dívida a ser deixada para Rosalba Ciarlini pode ser maior e Obery Rodrigues lembrou que o atual governo “tem a caneta na mão até o dia 31 de dezembro.” O coordenador da equipe de transição disse que não tinha condições de falar sobre áreas específicas, mas comentou que a situação da saúde não é boa. Somente com a folha de pessoal do setor o rombo é de quase R$ 300 milhões.

Diante de tudo esse quadro, o coordenador da equipe de transição não tem dúvidas de que a governadora eleita Rosalba Ciarlini precisará adotar medidas austeras para ter condições de governar nos primeiros meses. “Ela vai, ao assumir, anunciar medidas de cortes. Não tem outra alternativa”, afirmou Obery.

Outra situação que preocupa, segundo Obery Rodrigues, diz respeito à participação do Governo do Estado em obras conveniadas. Ele disse que o Estado é obrigado a participar com uma contrapartida de 10% do valor de obras. “O Estado está represado. Os recursos existem, mas o Rio Grande do Norte está impedido de executar ações, sem condições de contrapartida”, disse.

Para o coordenador de transição, uma prova do quadro de descontrole fiscal do Governo do Estado são as obras paradas. “As empresas estão cancelando contratos e isso é estranho”, comentou, informando que tal situação ocorre em várias obras e cita exemplos das cidades de Nova Cruz e Canguaretama.

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