A primeira Semana Santa, pelo plano de Deus, foi à semana mais importante da vida de Jesus Cristo. Esta nossa semana santa, da mesma forma, deverá ser a semana mais importante da vida de cada um de nós. Deve ser uma semana de oração e reflexão, da compreensão dos eventos da paixão de Jesus Cristo, do conhecimento da mensagem de Deus para seu povo.
Introdução:
Local: toda a paixão de Cristo ocorre em Jerusalém e seus arredores;
Época: provavelmente no ano 30 d.C., durante a semana da páscoa dos judeus, entre o 9º e o 16º do mês judaico de Nisã (março/abril). Jerusalém lotada de peregrinos;
Condições políticas: a nação judaica estava sujeita a Roma. Seu governador era Pôncio Pilatos; os judeus eram legislados pelo sumo-sacerdote Caifás e pelo conselho dos 70 anciãos. Na Galiléia, região do norte da palestina, Herodes era o rei;
Acontecimentos recentes: Jesus de Nazaré, que por três anos pregou o Reino de Deus, operou milagres, e finalmente tinha sido proclamado o Filho de Deus, crescia em popularidade de tal forma que os sacerdotes judaicos viram nele séria ameaça a sua autoridade sobre o povo. A recente ressurreição de Lázaro fez com que muitas pessoas acreditassem em Jesus.Os líderes judaicos haviam planejado matar Lázaro e Jesus por incitar motins, e então acabar com a revolta que pudesse estar surgindo. Entretanto, como nação sujeita, subjugada, não poderiam condenar ninguém à morte. Apenas o imperador romano possuía tal autoridade. Agora, com a páscoa dos judeus, havia uma deixa. Sob estas circunstâncias começa a Semana Santa.
O Domingo de Ramos
Tanto Jesus como a população conheciam a oposição das autoridades, mas decidiu não se esconder. Na páscoa, no domingo pela manhã, quando os peregrinos estavam viajando para Jerusalém, Nosso Senhor saiu de Bethânia para Jerusalém, pela estrada principal. Ele enviou os discípulos para buscarem um jumento, como que preparando uma celebração. Os seus seguidores entusiasmados mobilizaram uma procissão triunfal, e triunfante Nosso Senhor entrou na cidade Santa. Esta entrada triunfal foi o grande momento pelo qual Nosso Senhor pôde proclamar o seu reino messiânico. Uma grande excitação prevaleceu na cidade sobre esta chegada. Em direção ao fim do dia, ele pregou a sua morte como sendo "levado da terra", e disse às pessoas: "Ainda um pouco a luz está entre vocês. Andem enquanto ainda possuem a luz, pois a escuridão não os alcançará". Este era o crepúsculo da luz do mundo. Ao anoitecer Nosso Senhor retornou com seus discípulos para Bethânia.
Segunda-Feira Santa
Os eventos dos próximos três ou quatro dias não estão claramente divididos nos evangelhos, mas o caminho é demonstrado pelas ações de Nosso Senhor na segunda-feira. Sua atividade neste período foi intensa. Não nos foi relatado todas as ações. Ele era protegido pelo povo nas suas disputas com as autoridades. Nosso Senhor viria a Jerusalém pela manhã, ficaria três dias ali, ensinando e discursando no Templo, à noite sairia da cidade, e se retiraria ao monte das Oliveiras (onde estavam Bethânia e Getsêmani). Vindo cedo à Jerusalém, Nosso Senhor encontrou uma figueira que tinha folhas, mas não frutos - um símbolo do judaísmo, cuja religião possui muitas folhagens e práticas, mas sem espírito interior e sem frutos.
Terça-Feira Santa
Um dia de grandes disputas públicas com escribas e anciãos. Eles desafiaram a autoridade do Senhor. Ele contou a parábola dos vinhateiros, respondeu à questão sobre o tributo a César, ao caso apresentado pelos fariseus da mulher com seus sete esposos e a ressurreição, falou sobre o maior mandamento, questionou-os sobre "o filho de Davi". Ele concluiu os debates com uma denúncia aos fariseus e com os "sete ais", expressando uma angustiante lamentação sobre Jerusalém. Saindo da cidade, se aproximando do monte das Oliveiras, tristemente previu que lá não sobraria "pedra sobre pedra". Questionado sobre o destino de Jerusalém e do mundo, falou seu discurso escatológico e contou a parábola das virgens para alertar sobre a vigilância.
Quarta-Feira Santa
O mesmo calendário foi seguido. O sumo-sacerdote encontrava-se preocupado. As autoridades judaicas queriam eliminar Jesus. Deveriam agir antes que ele saísse da cidade e antes da festa da páscoa. Deveriam agir o mais rápido possível. Em seu encontro, uma ajuda veio de uma fonte inesperada - Judas. Por trinta moedas de prata, aceitou trair Jesus. Ficaram muito satisfeitos, seria muito mais fácil prender Jesus agora de forma mais rápida.
Quinta-Feira Santa
Dia de preparação para a páscoa dos judeus. Jesus foi à Bethânia para a ceia da páscoa. Ao anoitecer se encontraram para a celebração, e Jesus lavou os pés dos discípulos. Próximo do fim da ceia, Judas, o traidor, se retirou. Nosso Senhor instituiu o Santo Sacrifício como sua eterna memória. Falou sobre as negações de Pedro, e em seu último discurso, os encorajou a amarem-se uns aos outros. Indo ao Getsêmani, tomou consigo três discípulos, e começou a sua agonia nos jardins.
Sexta-Feira da Paixão
Passava da meia-noite quando Nosso Senhor acordou novamente os três apóstolos. Judas e os soldados se aproximavam para prender Jesus. "A hora da escuridão". Por volta de 2 horas da madrugada foi levado à casa de Anás (sogro de Caifás), para uma investigação preliminar. Logo após foi levado ao sumo-sacerdote Caifás que, junto a membros do Conselho (Sanhedrin), fizeram interrogações antes do julgamento que estaria por vir. Por volta de 5 da manhã todo o Conselho se encontrara em seção extraordinária. Lá havia muitas testemunhas falsas e contraditórias. O sumo-sacerdote então perguntou a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus. Quando Nosso Senhor respondeu afirmativamente e previu que todos o viriam voltar no julgamento, todos gritaram que isto era uma blasfêmia e que por isso merecia a morte. Findou então o julgamento religioso. Durante e entre estas audiências, Nosso Senhor foi insultado pelos guardas, Pedro o negou e se arrependeu, e Judas, após ouvir a sentença de morte, suicidou-se.
Por volta das sete da manhã, Pôncio Pilatos, o governador, ouviu as acusações de excitação política por parte do prisioneiro. Não vendo culpa nele, o enviou a Herodes, rei da Galiléia, que o enviou de volta vestido em um manto de escárnio. Pilatos, tentando libertar Jesus, foi forçado a libertar Barrabás. Ainda tentando soltar Jesus, enviou-o para ser açoitado, e depois o apresentou ao povo. Eles ainda queriam condenar Jesus, pedindo a crucifixão. Pilatos então lavou as mãos, e o entregou para que fosse crucificado. Carregando a sua própria cruz, ele cruzou 1/4 de milha até o Gólgota, e lá, entre dois ladrões, Nosso Senhor foi crucificado. Por volta das três da tarde, ele morreu. O corpo foi retirado e colocado em um sepulcro cavado na rocha, pertencente a José de Arimatéia.
A Crucifixão
Nos tempos antigos os criminosos eram executados por crucifixão. Era uma técnica oriental de execução que fora adotada pelos romanos. Em nossos dias penas capitais são muito mais raras. Os criminosos são executados na cadeira elétrica, câmara de gás, injeção letal, etc. Porém os romanos crucificavam.
A idéia era fazer o condenado morrer em público da forma mais terrível possível. Por isso deveria ser um espetáculo público. O condenado era primeiramente açoitado, para aparentar uma figura de sofrimento. Atravessava a cidade com o motivo de sua condenação escrita para que todos pudessem ver. O local de sua execução também deveria ser público - por exemplo, próximo aos portões da cidade ou ao monte, como uma lição para todos.
Quando fixado à cruz por pregos ou cordas, o homem seria elevado. Os pés deveriam ficar ao nível das cabeças dos pedestres. Ele, então, nesta condição, deveria aguardar a morte, olhando as pessoas passando, ouvindo seus escárnios e insultos. Poderiam viver por dias, até que a fraqueza, sufocação pela fumaça de fogo ou agressões os abatesse. Em tempos antigos, os corpos eram deixados na cruz, para servirem de comida aos pássaros. Mas depois era concedida uma permissão especial para enterrar os corpos. Foi desta forma que Jesus foi preso, condenado e executado - por nossos pecados.
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