Apesar do declínio de 13,8% em quatro anos, o Rio Grande do Norte é o quinto estado com a maior taxa de mortalidade infantil do país, a razão de 32,3 mortes por cada 1.00 nascidos vivos. O dado consta do estudo “Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das Condições de Vida da População Brasileira - 2010”, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que é baseado na Pnad/2009, mas usa outras pesquisas com anos diferenciados, como a Estatística do Registro Civil -2008.
Em 2005, a taxa de mortalidade infantil do RN era de 37,5 morte por mil nascimentos vivos. Caiu no ano seguinte para 36,1 e para 34,8 em 2007. Depois foi a 33,5 em 2008 e no ano passado foi reduzida a 32,2 mortes. Mesmo assim, a taxa de mortalidade infantil no Estado continua alta, acima a média do Brasil, que é de 22,5, sendo superada apenas pelos estados de Alagoas (46,4), Maranhão (36,5), Pernambuco (35,7) e Paraíba (35,2).
Para o analista do IBGE no Rio Grande do Norte, Ivanilton Passos de Oliveira, isso mostra que, mesmo com os investimentos feitos nos últimos anos, há necessidade de melhoria das condições de habitação e do meio ambiente, principalmente o incremento relativo dos domicílios com saneamento básico adequado e ampliação da cobertura dos serviços de saúde.
Oliveira explicou que em decorrência disso, ainda morrem muitas crianças acometidas, por exemplo, de dengue, rotavírus e outras doenças no Nordeste.
Enquanto continua alta a taxa de mortalidade, no Rio Grande do Norte o SIS também mostra o declínio da taxa de fecundidade total (número médio de filhos que uma mulher teria no final do período fértil). Em 2001 foi de 2,5 filhos e em 2009 caiu para 2,11. Além desse dado, no RN também reduziu-se a taxa bruta de natalidade (nascimentos por 1.000 habitantes), que era de 22,9 em 2001 e no ano passado foi de 17,98 nascimentos/1.000.
Outro dado da pesquisa é o aumento da esperança de vida ao nascer, que era de 67,5 anos há dez anos, subiu para 70,8 anos em 2008 e no ano passado cresceu para 71,1 anos. Por gênero, a esperança de vida ao nascer em 2009 para as mulheres, foi 75,1 anos e 67,3 anos para os homens. Segundo Oliveira, por conseguinte, houve um aumento absoluto e relativo da população idosa, com 60 anos ou mais do Estado, o que também demonstra “a necessidade de uma melhor adequação de infraestrutura social direcionada a essa população”, nas áreas de saúde, educação e previdência. Ele observou ainda que a queda na taxa de fecundidade nas últimas décadas vem reduzindo a participação de crianças e adolescentes na população total, nas famílias e no trabalho infantil. “A pobreza no país e, preferencialmente no RN, sofreu uma redução nos últimos dez anos, mas continua a afetar crianças e adolescentes”, disse ele.
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