sábado, 8 de maio de 2010

POLÍTICA - Serra é hostilizado e Dilma vaiada

Belo Horizonte (AE) - O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) chegou ao primeiro debate entre os candidatos à Presidência sob protesto e vaias dos professores da rede estadual de Minas Gerais, que estão em greve e cobram melhora no piso da categoria. Para os cerca de 150 manifestantes, “Serra, Aécio e Anastasia” são a mesma coisa, numa referência aos tucanos ex-governadores de São Paulo e Minas Gerais e atual governador do Estado, Antônio Anastasia. Mas foi a ex-ministra Dilma Roussef quem realmente enfrentou vaias da plateia do congresso mineiro de municípios, que reuniu ontem cerca de 400 prefeitos e parlamentares em Belo Horizonte.
Serra precisou ser escoltado por policiais militares e seguranças particulares para chegar ao palco auditório do congresso de municípios mineiros, que reuniu cerca de 400 autoridades. Boatos de que ele chegou a ser agredido por um professor circulou pelo auditório. Mas o candidato, porém, negou que o fato tenha ocorrido. O Serra que subiu ao palco foi um candidato muito diferente dos debates públicos realizados durante sua campanha anterior para a Presidência da República, em 2002. Para muitos espectadores, o Serra estava em uma espécie de versão “paz e amor”.
Descontraído e conciliador, o tucano disse que, embora possa soar como “heresia”, se for eleito presidente, vai querer o PT e o PV fazendo parte de seu governo. Ele brincou, fez piada com as candidatas e até conseguiu tirar de uma nervosa ex-ministra Dilma Roussef , estreando num debate entre candidatos, sua única brincadeira da tarde. Quando Serra disse que o evento não era um “Fla x Flu” ou um “Atlético x Cruzeiro”, Dilma foi obrigada a confessar que é atleticana. Mas não foi a vaia dos cruzeirenses que marcou sua participação.
A ex-ministra foi vaiada quando disse que o governo Lula evitou que os municípios brasileiros fossem arrasados pela crise financeira mundial porque concedeu benefícios tributários para salvar a atividade econômica. Os prefeitos, prejudicados pela queda na arrecadação, não perdoaram. Não adiantou a ex-ministra dizer, depois, que o governo compensou as perdas com repasse de R$ 2 bilhões.
Foi o gancho para Serra usar um discurso típico dos prefeitos contra a União: não dá para fazer caridade com chapéu dos outros. Claro, foi aplaudido. Serra lembrou que as perdas dos municípios, com a desoneração tributária, foi de R$ 3,5 bilhões e a compensação muito menor.
Dilma, que disputa sua primeira campanha, aproveitou todas as oportunidades que teve para fazer propaganda do governo, com citações sobretudo do PAC. Perdeu a chance de responder perguntas.

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