Brasília – O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, recebeu hoje (23), ao visitar a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis, a agenda Desenvolvimento SC: Uma Visão da Indústria”. O trabalho é uma pesquisa de opinião feita com os empresários do setor industrial que também foi encaminhada aos candidatos ao governo de Santa Catarina.
A pesquisa identificou os sete investimentos estratégicos para o crescimento sustentável do estado, na visão do empresariado: a necessidade de competitividade; retenção e atração de empresas; adensamento das cadeias produtivas; diversificação e abertura de novos setores; integração do estado; economia em harmonia com o meio ambiente; e reconhecimento do estado como epicentro logístico.
Durante o encontro, uma das preocupações levantadas pelos empresários ao candidato tucano, foi a questão da competitividade internacional. Para a Fiesc, sem ser competitivo em nível internacional, o setor vai perder espaço na economia, deixando de gerar postos de trabalho.
Para uma plateia com políticos locais e empresários, Serra disse que, se eleito, será o presidente da produção e destacou que a indústria e a agricultura serão prioridades para ele. “Santa Catarina é o estado mais industrializado do país, em relação à participação da indústria no produto interno do estado. Santa Catarina é a economia mais diversificada de todos os estados”.
Serra apontou como os três maiores problemas da economia brasileira a alta carga tributária, o baixo nível de investimento governamental e a alta taxa básica de juros. Esses três itens combinados, segundo o candidato, são responsáveis pelas dificuldades para que o Brasil tenha uma economia sólida e sustentável. “Temos a maior carga tributária no mundo em desenvolvimento. O Brasil também tem uma das menores taxas de investimento governamental no mundo. O outro problema é a taxa de juros. Nós temos a maior taxa de juros real do mundo”.
A infraestrutura também foi alvo de críticas do presidenciável. Para Serra, a má qualidade das rodovias brasileiras, por exemplo, mostra que falta prioridade nos investimentos e que falta capacidade de estimular o setor privado a investir em obras desse porte. “Em São Paulo, 75% dos usuários consideram que as estradas estaduais são ótimas ou boas, diferentemente das estradas federais”, disse.
Ele falou também sobre o ensino técnico e sugeriu que se observasse o modelo adotado na Alemanha. “Na Alemanha, o ensino médio está ligado a treinamento e qualificação para o trabalho e nós precismos fazer isso. O Brasil tem que ser tomado por uma febre nesse sentido. Eu sei que dá pra criar, em quatro anos, 1 milhão de vagas no ensino técnico no Brasil. O caminho é que o ensino médio passe a ser integral, formando tecnicamente”.
O candidato tucano disse que o Brasil não tem uma boa política de comércio exterior. Segundo ele, enquanto a China exporta US$ 10 bilhões em produtos têxteis para o Brasil, o Brasil importa US$ 5 bilhões da China. Serra disse que esse desequilíbrio é resultado da “ importação que entra por debaixo do pano”. “Não temos uma política agressiva no Brasil de comércio exterior. Não conseguimos assinar acordos de livre comércio, mas abrimos um monte de embaixadas pelo mundo”.
Ao comentar uma vez mais sobre economia, ele criticou os recentes reajustes na taxa básica de juros. “Na crise, o Brasil foi o único país que não baixou os juros. Não ia acontecer nada com a inflação se isso tivesse sido feito. O Brasil preferiu baixar alguns impostos e dar aumento para servidores federais”.
O ex-governador citou iniciativas tomadas no governo do também tucano Fernando Henrique Cardoso, que considerou acertadas, como a criação das agências reguladoras e citou especificamente os casos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para Serra, no governo do atual, “todas as agências foram loteadas”.
Ele disse que, no governo do PSDB, com ele assumindo, os “loteamentos” não vão existir e que os cargos serão ocupados por técnicos, numa referência ao fato do ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, ter assumido a diretoria da Anvisa em 2007. “Um ex-ministro foi fazer um estágio lá na presidência [da Anvisa] e, agora, é candidato", ironizou. Agnelo é candidato a governador do Distrito Federal nas eleições de outubro.
Ainda em Florianópolis, Serra vai ao Mercado Público, onde fará corpo a corpo com eleitores e, em seguida, concede entrevista à rede de televisão RBS. Ainda hoje, o candidato segue para Blumenau, onde fará uma caminhada no centro da cidade.
Com informações da Agência Brasil.
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