Brasília (AE) - O grupo de elite da presidenta eleita Dilma Rousseff tirou o dia de ontem para conter insatisfações pelo fato de a primeira reunião de trabalho após a vitória nas urnas ter sido realizada só com petistas, sem a presença dos partidos aliados. O vice-presidente eleito Michel Temer foi formalmente designado como coordenador político dos trabalhos de transição entre as equipes do atual e do futuro governo, que começam na segunda-feira.
A tarefa de cuidar da transição, porém, será compartilhada com mais três petistas. O presidente do PT, José Eduardo Dutra e os deputados Antonio Palocci (SP) e José Eduardo Martins Cardoso (SP). À noite, Temer jantaria com Dutra. “Já estou designado pela presidenta para conversar com os diversos partidos. O Palocci vai trabalhar a questão mais técnica. E o Michel Temer, nós vamos conversar com ele”, disse Dutra. Questionado com insistência sobre qual exatamente seria a função do vice, ele explicou: “Como ele é vice-presidente, vai na prática coordenar esse processo.”
O nome dos comandantes da transição constam de uma nota divulgada ontem à tarde, na qual Dilma informa também que já indicou alguns técnicos para assessorar os trabalhos. A lista, com 39 integrantes, não foi divulgada. “Não são necessariamente pessoas do PT”, informou Dutra. “Elas fizeram parte da campanha e agora foram integrados ao processo de transição.” Mais técnicos poderão ser indicados nos próximos dias, até o total de 50.
O grupo de transição vai coletar informações na atual equipe de governo para, entre outras coisas, fixar metas a serem atingidas nos 100 primeiros dias do governo Dilma. Vai, também, inteirar-se de questões que precisem ser decididas logo nos primeiros dias de 2011. O Ministério do Planejamento preparou um portal que informa, por exemplo, qual a estrutura de cada ministério, quais as ações de governo por ele desempenhadas, qual a situação da liberação de verbas.
Dutra e Cardoso, que passaram a manhã reunidos na casa de Dilma, tentaram minimizar o mal-estar com o PMDB, pelo fato de o principal aliado não ter sido chamado para a primeira reunião de trabalho com a presidenta eleita.
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