Ceará-Mirim, na Região Metropolitana de Natal, é o segundo município no país com maior índice de infestação por larvas do Aedes aegypti: 11,4. Ou seja, a cada dez prédios inspecionados, havia larva em pelo menos um deles. O índice de infestação perde apenas para Afogados da Ingazeira, no estado de Pernambuco, com 11,7. No Rio Grande do Norte, outros três municípios também estão sob risco de epidemia — São Miguel (8,5), Mossoró (4,6) e Caicó (4,2).
É o que mostra o resultado parcial do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2010, apresentado ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em Ceará-Mirim, a infestação é onze vezes superior ao índice considerado satisfatório pela Organização Mundial de Saúde.
O Nordeste tem o maior número de municípios com risco de surto. A nova avaliação nacional das informações sobre infestação revela que 15 municípios estão em risco de surto da doença no Brasil, incluindo duas capitais. São onze no Nordeste, três no Norte e um no Sudeste. Isso significa que, nessas cidades, mais de 3,9% dos imóveis pesquisados apresentam larvas do Aedes aegypti. Outros 123 municípios, dos quais 11 capitais, estão em situação de alerta. Neles, entre 1% e 3,9% dos imóveis analisados registram infestação. E 162 cidades apresentam índice satisfatório, abaixo de 1%.
A nova metodologia usada pelo ministério permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município. Neste ano, 425 cidades estavam programadas para participar do LIRAa. Ano passado, foram 169. Do total de municípios previstos para este ano, 300 já enviaram as informações ao Ministério da Saúde até ontem. Em outras 118 cidades, o estudo está em andamento – e sete inicialmente previstas decidiram não realizar o levantamento.
Dos nove municípios do Rio Grande do Norte em que o levantamento é feito pelos agentes de endemias, seis já concluíram o trabalho e encaminharam os dados ao Ministério da Saúde. Apodi e Parnamirim estão em situação de alerta. Três municípios, inclusive Natal, ainda trabalham no levantamento.
“Embora o grau de conhecimento das pessoas sobre a doença e a prevenção seja alto, em torno de 96%, o brasileiro sabe que tem papel fundamental na eliminação dos focos do mosquito, o que ainda é um desafio no Brasil. Prova disso é o resultado do LIRAa deste ano”, alerta o ministro José Gomes Temporão. “Nessa lógica, ganham força duas mensagens fundamentais: que os governos e os cidadãos devem fazer, juntos, a sua parte e que a eliminação de criadouros deve ser algo rotineiro”, diz o ministro.
Para o verão de 2011, o Ministério da Saúde aponta dez estados brasileiros com risco muito alto de epidemia: Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro. Em 2010, até 16 de outubro, foram notificados 936.260 casos de dengue clássica no país, dos quais 14.342 foram classificados como graves. O número de mortes foi de 592. No mesmo período de 2009, foram 489.819 notificações, com 8.714 casos graves e 312 óbitos.
A recirculação do sorotipo DENV-1, que havia predominado no país no final da década de 90, está entre os fatores que contribuíram para o aumento de casos em 2010. Em quase todos os estados, há um grande contingente populacional sem imunidade a este sorotipo. Isto, aliado aos altos índices de infestação revelados pelo LIRAa 2009, representou um cenário favorável à transmissão da dengue em grande escala no Brasil, neste ano.
Além disso, conforme aponta o Risco Dengue, a manutenção de condições precárias de saneamento básico e a irregularidade da coleta de lixo em muitos municípios brasileiros impedem a redução dos índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. O Ministério da Saúde deu início à revisão dos manuais de diagnóstico e tratamento de pacientes com suspeita de dengue (adulto e pediátrico), com divulgação prevista para dezembro.
“A falta de abastecimento de água, comum em muitas cidades, obriga as pessoas a armazenarem em caixas d’água, tonéis, latões sem a devida proteção. O lixo acumulado também abastece o ambiente, de forma permanente, com vários criadouros ideais para a fêmea do mosquito colocar seus ovos”, explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho.
É o que mostra o resultado parcial do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2010, apresentado ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em Ceará-Mirim, a infestação é onze vezes superior ao índice considerado satisfatório pela Organização Mundial de Saúde.
O Nordeste tem o maior número de municípios com risco de surto. A nova avaliação nacional das informações sobre infestação revela que 15 municípios estão em risco de surto da doença no Brasil, incluindo duas capitais. São onze no Nordeste, três no Norte e um no Sudeste. Isso significa que, nessas cidades, mais de 3,9% dos imóveis pesquisados apresentam larvas do Aedes aegypti. Outros 123 municípios, dos quais 11 capitais, estão em situação de alerta. Neles, entre 1% e 3,9% dos imóveis analisados registram infestação. E 162 cidades apresentam índice satisfatório, abaixo de 1%.
A nova metodologia usada pelo ministério permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município. Neste ano, 425 cidades estavam programadas para participar do LIRAa. Ano passado, foram 169. Do total de municípios previstos para este ano, 300 já enviaram as informações ao Ministério da Saúde até ontem. Em outras 118 cidades, o estudo está em andamento – e sete inicialmente previstas decidiram não realizar o levantamento.
Dos nove municípios do Rio Grande do Norte em que o levantamento é feito pelos agentes de endemias, seis já concluíram o trabalho e encaminharam os dados ao Ministério da Saúde. Apodi e Parnamirim estão em situação de alerta. Três municípios, inclusive Natal, ainda trabalham no levantamento.
“Embora o grau de conhecimento das pessoas sobre a doença e a prevenção seja alto, em torno de 96%, o brasileiro sabe que tem papel fundamental na eliminação dos focos do mosquito, o que ainda é um desafio no Brasil. Prova disso é o resultado do LIRAa deste ano”, alerta o ministro José Gomes Temporão. “Nessa lógica, ganham força duas mensagens fundamentais: que os governos e os cidadãos devem fazer, juntos, a sua parte e que a eliminação de criadouros deve ser algo rotineiro”, diz o ministro.
Para o verão de 2011, o Ministério da Saúde aponta dez estados brasileiros com risco muito alto de epidemia: Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro. Em 2010, até 16 de outubro, foram notificados 936.260 casos de dengue clássica no país, dos quais 14.342 foram classificados como graves. O número de mortes foi de 592. No mesmo período de 2009, foram 489.819 notificações, com 8.714 casos graves e 312 óbitos.
A recirculação do sorotipo DENV-1, que havia predominado no país no final da década de 90, está entre os fatores que contribuíram para o aumento de casos em 2010. Em quase todos os estados, há um grande contingente populacional sem imunidade a este sorotipo. Isto, aliado aos altos índices de infestação revelados pelo LIRAa 2009, representou um cenário favorável à transmissão da dengue em grande escala no Brasil, neste ano.
Além disso, conforme aponta o Risco Dengue, a manutenção de condições precárias de saneamento básico e a irregularidade da coleta de lixo em muitos municípios brasileiros impedem a redução dos índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. O Ministério da Saúde deu início à revisão dos manuais de diagnóstico e tratamento de pacientes com suspeita de dengue (adulto e pediátrico), com divulgação prevista para dezembro.
“A falta de abastecimento de água, comum em muitas cidades, obriga as pessoas a armazenarem em caixas d’água, tonéis, latões sem a devida proteção. O lixo acumulado também abastece o ambiente, de forma permanente, com vários criadouros ideais para a fêmea do mosquito colocar seus ovos”, explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho.
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