Shaolin se recupera de acidente

Rei das imitações e um dos humoristas com maior empatia entre os nordestinos, Shaolin, o paraibano Francisco Jozenilton Veloso, está momentaneamente fora dos palcos devido ao acidente   automobilístico que sofreu na última terça-feira à noite, na BR-230, estrada para Campina Grande-PB. Um caminhão no sentido oposto bateu na lateral do carro do artista. Na quarta-feira ele passou por cirurgias no braço e cabeça, e mesmo em coma induzido está respondendo bem aos tratamentos na tarde de ontem. O show programado para o dia 12 de fevereiro no Teatro Riachuelo foi adiado. A produção informou que nova data será definida conforme a recuperação do comediante.

divulgaçãoComediante Shaolin ganhou fama com as imitações de personalidades famosas e personagens que interpreta na tv Record e no palco.

“O organismo dele está reagindo muito bem. As expectativas são positivas, e achamos que ele sairá muito bem dessa”, afirma o produtor Alexandre Maia, responsável por todos os shows que Shaolin já fez no Rio Grande do Norte. O humorista chegou ao hospital com fratura exposta e grande perda de massa óssea e muscular no ombro esquerdo. A fratura craniana foi reparada, e procedimentos cirúrgicos impediram que o braço fosse amputado. “Implantes de osso significam uma recuperação lenta, mas possível. Ele está só 30% nos aparelhos, tudo corre bem”, informou o amigo produtor.

Alexandre acompanha de perto, há mais de seis anos, o sucesso de Shaolin entre seu numeroso público potiguar. Juntos, também já fizeram temporadas em Fortaleza e Recife. Todas, sucesso de público. “No começo eu chegava a fazer temporada de até seis dias num só lugar. Tivemos que reduzir para três, porque o contrato da Record exigia que ele estivesse disponível durante a semana para as gravações”, explica. Alexandre contabiliza uma média de três temporadas com Shaolin durante um ano.

O produtor conta que foi o próprio Shaolin que o procurou para as primeiras apresentações em Natal. “Ele já estava no programa Show do Tom, e tinha um certo nome na praça”, diz. A constatação de que o humorista era um fenômeno de público veio com o sucesso das temporadas iniciais. Casa cheia e gente pedindo mais e mais datas. Um dos trunfos maiores de Shaolin, sua capacidade de imitar os mais variados tipos de uma forma toda própria, rendeu uma homenagem ao público potiguar: o senador Garibaldi Filho virou um dos seus personagens mais populares – José Agripino veio em seguida. Junta-se à galeria de Shaolin, imitações de Zezé di Camargo, Leonardo, Joelma, Chico Anísio, Michael Jackson, Bruno e Marrone, Sirano, Luiz Gonzaga, Pedro Simon, entre outros.

A facilidade com as imitações é atribuída à carreira inicial de Shaolin como chargista e caricaturista em jornais. Da prancheta foi para os palcos. As primeiras aparições no Domingão do Faustão já causaram boa impressão; em seguida, veio a Praça em Nossa (SBT), e depois a Record, junto a Tom Cavalcanti. Atualmente o comediante estava fixo no programa dominical “Tudo é Possível”, ao lado da apresentado Ana Hickmann.

A televisão, porém, não dá a verdadeira dimensão de um show do humorista Shaolin. “É no palco que ele reina. Não é um humor pasteurizado. Ele tem facilidade para se transformar nos personagens que faz, canta e imita muito bem. É um artista muito versátil, e com plena identificação com o público nordestino”, disse o produtor.

O acidente com Shaolin, curiosamente, lembra o de outro colega de profissão, também nordestino, e também contratado da Record - porém com final mais trágico: o mossoroense David Cunha, o Espanta, faleceu em 2006 devido a um acidente de carro próximo a Mossoró. Aos 49 anos de idade, estava no auge de sua carreira.  Participou da Escolinha do Professor Raimundo, fazia muitos shows em São Paulo, e já havia assinado contrato com o Show do Tom. Mais informações sobre o estado de saúde de Shaolin podem ser obtidos no blog