terça-feira, 5 de abril de 2011

Dependentes químicos encontram esperança em clínicas especializadas

Sem qualquer opção de um tratamento em uma instituição pública, muitos dependentes químicos que moram no Rio Grande do Norte estão tendo uma esperança de vida através de tratamentos ambulatoriais em clínicas especializadas  e estão conseguindo se manter longe das drogas.

"O ideal seria que o governo disponibilizasse uma estrutura de internamento para pessoas que têm esse perfil. Infelizmente isso não acontece. Mas há estudos que indicam que um tratamento ambulatorial pode ter a mesma eficácia", explica o psiquiatra Leonardo Barbosa, um dos poucos profissionais do Nordeste com especialização em Dependência Química, pela Escola Paulista de Medicina.

Leonardo atua em clínicas que tratam dependentes químicos em Natal e em Currais Novos e vivencia diariamente o estrago causado na sociedade pelas drogas, com destaque para o crack. "Tenho um paciente que chegou a consumir entre 30 a 40 pedras de crack num só dia", contou o psiquiatra. Segundo ele, se na capital a situação é triste, no interior é de lamúria. O crack se espalhou espantosamente e quase nada foi feito pelas autoridades locais.

Mas não é só o crack que destrói famílias hoje em dia. No consultório de Natal, a maior parte dos pacientes faz uso de álcool e cocaína. É importante frisar ainda como as drogas vêm se popularizando cada vez mais entre as mulheres, antigamente minoria entre os consumidores.

"Hoje podemos dizer que a divisão está em 50%", avalia o psiquiatra. A faixa etária também é bastante larga. Entre os pacientes de Leonardo, a mais nova a começar a usar drogas foi uma menina, com 11 anos. E o mais velho, um senhor que se drogou com 60 anos.

O tratamento é longo e consiste em sessões semanais, onde o dependente expõe seus dramas para o médico, a fim de remodelar seu estilo de vida.

A família também é abordada e uma psicóloga foi trazida do Rio Grande do Sul para auxiliar nos tratamentos. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos. A força de vontade do paciente é essencial, mas isso também pode ser trabalhado. "Existem técnicas específicas para aqueles que não estão motivados e funcionam bastante", conta Leonardo Barbosa.

No Omossoroense.com.br

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