Washington - A aceleração do crescimento do crédito em países emergentes, como o Brasil, aumenta a vulnerabilidade e o risco de superaquecimento na economia, diz um relatório divulgado ontem pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Segundo o último Relatório sobre a Estabilidade Financeira Global (Global Financial Stability Report), lançado em Washington, de 2007 a 2010 os empréstimos bancários em economias emergentes, especialmente na América Latina e na Ásia, cresceram em um ritmo mais forte do que nos cinco anos anteriores à crise financeira mundial.
“Bancos maiores, especialmente bancos públicos na China e no Brasil, foram os principais responsáveis pelo forte aumento no crédito”, diz o documento. De acordo com o FMI, os principais bancos no Brasil e na China expandiram seus balanços patrimoniais em mais de 100% no período de 2007 a 2010, “atingindo tamanho comparável ao de grandes bancos nos Estados Unidos e na Europa”.
O crescimento acelerado do crédito, diz o relatório, trouxe consigo um aumento da vulnerabilidade dos bancos e dos riscos de deterioração na qualidade do crédito. Como facilita o consumo e, assim, o risco de aumento da inflação, o crescimento acelerado do crédito tem sido uma preocupação do governo brasileiro.
Uma série de medidas foram adotadas no Brasil desde o ano passado na tentativa de conter esse crescimento. Apesar dos esforços, dados do próprio Banco Central indicam que o crédito continua crescendo no país.
O FMI volta a alertar para as pressões inflacionárias em países emergentes que, como o Brasil, registraram crescimento “vigoroso” após a crise mundial, ao contrário do rimo lento apresentado pelas economias avançadas.
Segundo o documento, esse bom desempenho veio acompanhado de maiores entradas de investimentos em carteira que estão exercendo pressão sobre alguns mercados financeiros emergentes e podem contribuir para o surgimento de bolhas nos preços dos ativos e pressões inflacionárias.
Outro problema enfrentado pelos emergentes e também já citado em relatórios divulgados pelo FMI ao longo das duas últimas semanas é o grande fluxo de capitais para esses mercados verificado após a crise mundial. O relatório cita medidas adotadas pelo Brasil para tentar conter esse fluxo excessivo - que provoca a valorização do real frente ao dólar e acaba reduzindo a competitividade das exportações brasileiras.
“O Brasil foi um dos primeiros mercados emergentes a aumentar impostos sobre investimentos estrangeiros de renda fixa”, diz o documento, ao citar as medidas relacionadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Em uma tentativa de conter a entrada excessiva de capital estrangeiro, o governo brasileiro elevou duas vezes no ano passado, para 6%, o IOF sobre aplicações de estrangeiros no mercado de renda fixa.
O Fundo já havia observado, porém, em relatório divulgado na semana passada, que as medidas adotadas pelo Brasil não tiveram efeito de longo prazo sobre a taxa de câmbio e que o real permanece “sobrevalorizado”.
O novo relatório é divulgado às vésperas da reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, que começa amanhã, em Washington, e terá a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
De acordo com o FMI, os ritmos distintos na recuperação econômica pós-crise, mais vigorosa nos países emergentes e ainda lenta nas economias avançadas, trazem desafios igualmente distintos para os países.
Se os emergentes têm de lidar com desafios derivados da forte demanda interna, rápido crescimento do crédito e grande fluxo de capitais, nas economias avançadas os principais problemas são o alto nível de dívida dos governos e a saúde ainda frágil de instituições financeiras.
O FMI também alerta para riscos geopolíticos que podem “colocar em perigo as perspectivas econômicas e financeiras”. Entre esses fatores estão altas bruscas nos preços do petróleo, em meio a temores de interrupção do fornecimento no Oriente Médio e no norte da África - onde diversos países produtores enfrentam crises internas e revoltas populares.
Segundo o último Relatório sobre a Estabilidade Financeira Global (Global Financial Stability Report), lançado em Washington, de 2007 a 2010 os empréstimos bancários em economias emergentes, especialmente na América Latina e na Ásia, cresceram em um ritmo mais forte do que nos cinco anos anteriores à crise financeira mundial.
“Bancos maiores, especialmente bancos públicos na China e no Brasil, foram os principais responsáveis pelo forte aumento no crédito”, diz o documento. De acordo com o FMI, os principais bancos no Brasil e na China expandiram seus balanços patrimoniais em mais de 100% no período de 2007 a 2010, “atingindo tamanho comparável ao de grandes bancos nos Estados Unidos e na Europa”.
O crescimento acelerado do crédito, diz o relatório, trouxe consigo um aumento da vulnerabilidade dos bancos e dos riscos de deterioração na qualidade do crédito. Como facilita o consumo e, assim, o risco de aumento da inflação, o crescimento acelerado do crédito tem sido uma preocupação do governo brasileiro.
Uma série de medidas foram adotadas no Brasil desde o ano passado na tentativa de conter esse crescimento. Apesar dos esforços, dados do próprio Banco Central indicam que o crédito continua crescendo no país.
O FMI volta a alertar para as pressões inflacionárias em países emergentes que, como o Brasil, registraram crescimento “vigoroso” após a crise mundial, ao contrário do rimo lento apresentado pelas economias avançadas.
Segundo o documento, esse bom desempenho veio acompanhado de maiores entradas de investimentos em carteira que estão exercendo pressão sobre alguns mercados financeiros emergentes e podem contribuir para o surgimento de bolhas nos preços dos ativos e pressões inflacionárias.
Outro problema enfrentado pelos emergentes e também já citado em relatórios divulgados pelo FMI ao longo das duas últimas semanas é o grande fluxo de capitais para esses mercados verificado após a crise mundial. O relatório cita medidas adotadas pelo Brasil para tentar conter esse fluxo excessivo - que provoca a valorização do real frente ao dólar e acaba reduzindo a competitividade das exportações brasileiras.
“O Brasil foi um dos primeiros mercados emergentes a aumentar impostos sobre investimentos estrangeiros de renda fixa”, diz o documento, ao citar as medidas relacionadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Em uma tentativa de conter a entrada excessiva de capital estrangeiro, o governo brasileiro elevou duas vezes no ano passado, para 6%, o IOF sobre aplicações de estrangeiros no mercado de renda fixa.
O Fundo já havia observado, porém, em relatório divulgado na semana passada, que as medidas adotadas pelo Brasil não tiveram efeito de longo prazo sobre a taxa de câmbio e que o real permanece “sobrevalorizado”.
O novo relatório é divulgado às vésperas da reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, que começa amanhã, em Washington, e terá a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
De acordo com o FMI, os ritmos distintos na recuperação econômica pós-crise, mais vigorosa nos países emergentes e ainda lenta nas economias avançadas, trazem desafios igualmente distintos para os países.
Se os emergentes têm de lidar com desafios derivados da forte demanda interna, rápido crescimento do crédito e grande fluxo de capitais, nas economias avançadas os principais problemas são o alto nível de dívida dos governos e a saúde ainda frágil de instituições financeiras.
O FMI também alerta para riscos geopolíticos que podem “colocar em perigo as perspectivas econômicas e financeiras”. Entre esses fatores estão altas bruscas nos preços do petróleo, em meio a temores de interrupção do fornecimento no Oriente Médio e no norte da África - onde diversos países produtores enfrentam crises internas e revoltas populares.
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